"Na escola come melhor que em casa!"

É muito comum, principalmente depois dos 12 meses, os pais notarem esta diferença de comportamento e sentiremos que os seus filhos comem melhor na creche/escola. É mais frequente do que imaginamos e neste artigo vamos explicar as possíveis razões de isto acontecer.

O papel dos pares

Não podemos ignorar o papel dos pares no comportamento alimentar. Sabemos que as crianças são pequenas esponjas e imitam o comportamento de quem as rodeia, principalmente dos amiguinhos da mesma idade.

Apesar de em casa não termos os seus pares presentes, as crianças também querem imitar o comportamento alimentar dos pais e familiares. Realçamos a importância de comer juntos, em família, e de comerem todos o mesmo.

Rotina e previsibilidade

Se há algo que as crianças priorizam é a PREVISIBILIDADE. Ter rotinas e horários estabelecidos ajudam a criança a se auto-regular e saber que tarefas tem a cumprir.

É recomendado ter rotinas similares às da escola e não fugir muito aos horários estabelecidos (claro que há sempre os dias excecionais, mas deverão ser exceção e não a regra).

Horários adequados

Infelizmente, muitas vezes os nossos horários “de adulto” não estão adaptados às necessidades da criança, e esta acaba por ficar muito cansada na hora da refeição. Na escola os horários costumam ser mais adequados ao seu desenvolvimento e às suas necessidades.

Tente jantar cedo, enquanto ainda está de dia e a criança está bem disposta e sem sono.

O ambiente

Há um hábito em Portugal difícil de quebrar: a televisão ligada às refeições. Não se esqueça que esse estimulo tem o dobro do efeito nas nossas crianças: mais som, noticias stressantes, cores e efeitos. Na escolinha o ambiente é dedicado exclusivamente à refeição.

O ambiente em casa deverá ser igualmente dedicado às refeições, sem distrações, com tranquilidade e alegria.

Não existem substituições

Mesmo que seja uma refeição que a criança não goste muito, ela sabe que na escola se não comer, não há outra opção como alternativa.

Tente replicar esta estratégia em casa e não oferecer substituições quando há prato/alimento recusado.

O porto seguro

E por último, mas não menos importante, o porto seguro da criança será sempre em casa. A criança poderá ser muito feliz na escola, mas nada como se sentir em casa quando está com a família.

É um ótimo sinal de conexão e de segurança que permite a criança manifestar as suas vontades de forma mais assertiva. Contudo, obviamente isso tem o seu lado mais desafiante - tente relativizar e interpretar isto como algo positivo. Há melhor coisa que a criança se sentir segura com a sua família onde não falta amor e carinho?